sexta-feira, 9 de janeiro de 2009



e eu fico querendo saber de ti, não te acho, nem tanto procuro, não quero o encontro, mas fico querendo saber de ti

quero e não desejo tapar os olhos sempre com a fita de filó rendada e transparente, coberta de furos, por onde meus olhos, inquietos, deliram ao menor sinal de você

creio que não sinto mais, acordei desse ano forte e só, inteira muralha de onde não posso (não devo) cair. pedra a pedra, acho que posso tudo, e sinto nada

segue e corre, mão desgarrada no passeio turvo dessa fortaleza, que como todas, é pedra por fora e vazio lá dentro

aí, cada passo quando acordo nesse novo ano é migalha a migalha plantando a estrada no rastro de casa

e levanto [nunca em plumas], caminho, ainda menos torto, pensando que acho que não quero, apenas, saber de ti

[mas os olhos não dormem]