estavam todos ali
ele, ela, ele e nós
olhávamos uns aos outros
ninguém sabia
ele em pé tão sério,
só soubemos depois,
remaria mar a fora
esfaquiaríamos lula a dentro
até chegar à pena
e usar a crase certa
do outro lado de lá
araçatiba tava dando
antes da tamburitaca
lulas já pulavam no cesto
e dormiam em paz
[bem ao lado das escovas de dente-rosa]
estavam todos ali
ele e ela, nós e eles
olhavam uns aos outros
barriga cheia
farofa dentro
e omar lá fora
noite de quentões e canções
dancaríamos nós juntinhos
rememorando um passado
que de quase remoto
foi parar na pontinha do presente
cambaleado de futuro
suamos o mesmo suor
o pé pisou no dele
a lula mexeu saltitante na barriga
e escada a cima,
o quentinho macio brilhou no leito
noite enubriada
fez ela sonhar e chorar novamente
ele viu.
Há 2 anos
6 comentários:
Adorei te ver no Humaitá!
aparece mais.
Adoro o que tu escreve.
Beijo.
parece m�sica
Bom, me deixou contente o seu texto. Sinta-se a vontade p/ ler minhas pseudo-poesias enquanto a literatura ficcional não vem.
ja estamos em agosto, cade as novidades? os leitores estão cobrando.
(a trapalhada ali em cima fui eu...)
"rememorando um passado
que de quase remoto
foi parar na pontinha do presente
cambaleado de futuro"
moça...'eterno retorno' em síntese poética!
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