sexta-feira, 2 de setembro de 2011

2 de setembro de 2009

2 de setembro de 2011.
facebook me lembra que ha exatos 2 anos atrás escrevi isso.

de vestido-verão, entra no ônibus estabanada com um abacaxi a tira colo. num primeiro solavanco, deixa cair e rolar a fruta por todo o ônibus. faz rir o trocador, ri de volta um quê sem graça, salta do ônibus apressada e repara na bicleta sem suspensão da menina que passava à direita. chega na análise atrasada, sai de lá amarrotada e bate de volta na porta 5 min. depois lembrando que esqueceu o seu abacaxi.

o abacaxi ainda rola por aí.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Novela




E sente dor de amor
Porque não aprendeu a amar de outro jeito
E quer dizer eu te amo
Pro Arnaldo Antunes
Porque ele toca a dor do amor
Como ninguém sabe fazer
E tem vontade de chorar
Porque acha que chorando pode esvaziar
Tem vontade de chorar
Porque sem choro não tem nem o amor,
Nem a falta dele
Porque sem o choro
Nem a dor sabe ser dor direito
Porque engasga antes
E quer ver novela
Pra lembrar de sentir
E pra dor voltar
E desengasgar a manteiga
E chora, pra lembrar
Que tudo começou
Bem na hora
Que voltou a amar

e fez uma musica
Pra ela mesma

domingo, 19 de junho de 2011

vamos chamar



eu janto abacaxi com iogurte banana granola mel e queijo minas. eu deserto chazinho da arabia. eu desperto no mar e vento. e morro chamando brisa pra esquentar meu cobertor.

eu. baixo-imune, drogada e desprostituida.

meu sonho atual? um dia inteiro em casa, moletom.

domingo, 12 de junho de 2011

cala a boca

nada de palavras
imagem
som

quarta-feira, 25 de maio de 2011

paul


Let Me Roll It Wings Live 75


Ta bom. Tem uma luz amarela. Tem uma luz amarela que é forte. É um viaduto. Muitos carros lá em baixo. Pegeuts. Tem uma luz. Que é meio sorrindo. Meio gato de Alice. E ele acabou de sentar aqui do meu lado. E eu não sei o que fazer com ele que senta aqui do meu lado. E eu sei que eu só to aqui ouvindo essa voz estranha do metrô porque ele ainda ta aqui. Do meu lado. E porque ta tudo ainda amarelo. Por que tem essa voz [luz] amarela bem aqui na minha cabeça. E também sobre o casaco dele colorido. Ou listrado. E ele não fica desapercebido, mas acho que ele acha isso. Eu amo ele. De um jeito. Ele é lindo. Mas a luz amarela no viaduto. Os apitos dos apitos dessa policia chata. Mas, na verdade, tudo começou, e ele sentado no viaduto lindo, como sempre, ele sempre é tão bonito. Mas ele sentado no viaduto, e eu pensei na luz, amarela, e nos carros, e a luz tava toda metade, e o metrô apito sem parar e a gente. A gente nunca foi.

Ah, isso tudo porque passou a ambulância ali em baixo. Não. Isso tudo porque tinha uma luz amarela. Bem amarela e que não era um taxi e que fez meu esmalte vermelho ficar tão colorido.

E tinha uma curva depois disso tudo.

Tinha uma curva depois disso tudo.

Tinha uma curva depois disso tudo (mesmo que ele, bonito sempre, ajoelhasse com casaco listrado). E tinha essa curva, vazia agora. E ele diz: eu só via o seu mundo, aqui sentado, eu via o mundo da cintura para baixo, e tinha os sentados e tinha uma luz brancoamarela|e. E. Ele tava ali, aqui, sentado. E ele vê a cintura para baixo. E ele aqui sentado do meu lado. E ele aqui vê amarelo luz, vê cintura. E eu aqui. Vejo ele. Vejo amarelo. Ele não para de aparecer para mim. Eu não paro de ver ele. Que senta aqui do meu lado. E que deve ver essa luz colorida com seu olho colorido. Lindo verde. E as luzes vermelhas, mais brilhantes, me ofuscam o amarelo e quase me cegam de ver o casaco dele que combina quando ele olha pra mim em tom de mar. Verde mar.

Quando você olhar em volta. Se você quiser. Quer dizer. Você olha em volta. E eu. Eu to aqui. Quando você olhar em volta. Não esquece. Eu to aqui.

E você me beija. Beija bem no pescoço.

Mas antes disso: só tem o caos do falatório. O homem do chapéu. Bla bla bla. E a mulher: é lógico bla bla bla. E eu nem vou provar.

Ele levantou. Saiu do meu lado. Me assusta, eu que acho que gosto de ficar sozinha. Gosto de fugir correndo. Gosto de vidrar o olho e ver a árvore depenada sem folhas, amarelada, onde ele, sem nem imaginar, entrou na minha paisagem, sim, porque eu pedi, mas mais entrou no bosque lindo e nem sabia ele, agora que saindo do amarelado e me deixou com medo. Achei que resolveu ir embora. E achei que tinha razão. Logo ele. Logo eu. Saiu correndo. Claro. E eu. Saía eu correndo. Do trem que não andava nunca. Mas ouvi a voz aqui pertinho. Ouvi a voz do vendedor. Cerveja? Do nosso lado cerveja, água. Ouvi o vendedor dizendo água, cerveja. Não ouvi mais. Acho que fiquei tão feliz. Ele não foi embora. Mas não ouvi mais nada. E ele voltou para meu lado e disse que ficou emocionado. Pausa. É mais importante viver do que... Viver? O que é isso?. Ta bom. Ele disse: o homem falou que é dois reais para comer amendoim, e um real para provar. Ele riu desse jeito que nem criança, ele ri assim, com olho puxado, claro que brilha e o dente bonitinho, a boca vermelha. Mas ele riu e falou: pô, se é um real para provar, prefiro dois para comer. E o homem velho riu. E riu. E riu. E disse: há quanto tempo eu não ria assim. E ele. Ele, jovem. Ele com a boca rosa e o olho azul. Ele disse: pô, se é um real para provar e dois para comprar. Me dá logo amendoim aí. Ele voltou-se para ela. Olhou verde claro e disse, emocionado: me emocionei. E tinha cheiro de amendoim. E som de metrô.

Ah.

E tudo isso porque, hoje, tinha uma árvore depenada, em frente a outra com folhas, que refletia amarelo e tinha, em frente, um homem com colete amarelo divertido orquestrando o trânsito.

E deu crise de irritação. E eu não quero ficar só. Com ele.

E isso não é o final. É só a ultima frase desse trem.

E a proxima estacao,

quarta-feira, 30 de março de 2011

pele nova

a mariposa tonta entrou no meu banheiro

procurava a luz e fugia dela ao mesmo tempo

desesperada encostou na minha perna

ela fez carinho em mim e eu eu fiz carinho nela

cansada enfim, pousou no chão no chuveiro

e resolveu tomar um banho, de noite e de fim

terça-feira, 29 de março de 2011

e desfila patinando em poça d`água

quarta-feira, 2 de março de 2011

ganhei um óculos escuros de natal: agora choro pelas ruas invisível.