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quarta-feira, 24 de setembro de 2008
.nada
Estamos em uma mesma larga avenida, Jacques Tati grita ação em Playtime enquanto eu entro em um carro velho dos anos 80 e peço ao motorista que corra para cima. Você sempre sério ou espantado entra em algum carro próximo. Só te vejo depois, quando já não te alcanço, quando está dentro do carro, de perfil, tomando uma outra estrada. Para onde será que ele vai? Me pergunto enquanto esqueço de olhar para frente e indicar ao motorista qual será meu caminho. Estou atrasada e pegamos a pista errada. Esqueço de olhar para o lado e não te avisto mais, agora você continua na estrada e eu imagino, imagino tudo, você, o carro, seu perfil e a capa cinza, mas não vejo nada. O trânsito nos para a todos, engarrafada palpito nervosa e, mais uma vez, esqueço onde estou e para onde vou. Viramos a curva no mesmo engano contramão. Te vejo e corro para olhar para frente, a buzina apertando o peito me lembra de abrir o olho e guiar o motorista. Sou eu dirigindo na orla de uma linda cidade de sol e os cabelos ao vento colorem a vista solitária. Respira.
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7 comentários:
playtime é show, mas o que mais me tocou foi mon oncle,
q filme bom, nada como comedia pra acalmar os animos...
a escrita como sempre afiada e envolvente, Bjo!
não sou eu quem me navega quem me navega é o mar
(não há belos que a gente possa agarrar)
cabelos quis dizer, mas a vendo assim,
.nada nem beleza nenhuma dá a mão
li numa golada só..."engarrafada" >>>respira
me lembra de não esquecer a Sontag
espero que vc tenha alcançado ele - ou não -, a não ser que vc tenha se cansado...
Talvez seja melhor curtir o momento...
pede passagem, gata...
bunito isso!
bj
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