quarta-feira, 16 de julho de 2008

de novo

estavam todos ali
ele, ela, ele e nós
olhávamos uns aos outros
ninguém sabia

ele em pé tão sério,
só soubemos depois,
remaria mar a fora
esfaquiaríamos lula a dentro
até chegar à pena
e usar a crase certa

do outro lado de lá
araçatiba tava dando
antes da tamburitaca
lulas já pulavam no cesto
e dormiam em paz
[bem ao lado das escovas de dente-rosa]

estavam todos ali
ele e ela, nós e eles
olhavam uns aos outros
barriga cheia
farofa dentro
e omar lá fora


noite de quentões e canções


dancaríamos nós juntinhos
rememorando um passado
que de quase remoto
foi parar na pontinha do presente
cambaleado de futuro


suamos o mesmo suor
o pé pisou no dele
a lula mexeu saltitante na barriga
e escada a cima,
o quentinho macio brilhou no leito


noite enubriada



fez ela sonhar e chorar novamente
ele viu.


6 comentários:

Paula Braun disse...

Adorei te ver no Humaitá!
aparece mais.
Adoro o que tu escreve.
Beijo.

Barbara Kahane disse...

parece m�sica

Wally Jacobsen disse...

Bom, me deixou contente o seu texto. Sinta-se a vontade p/ ler minhas pseudo-poesias enquanto a literatura ficcional não vem.

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Eduardo Politzer disse...

ja estamos em agosto, cade as novidades? os leitores estão cobrando.

(a trapalhada ali em cima fui eu...)

brecha coletivo disse...

"rememorando um passado
que de quase remoto
foi parar na pontinha do presente
cambaleado de futuro"

moça...'eterno retorno' em síntese poética!